domingo, 23 de outubro de 2011

Acidente com ônibus de romeiros deixa 5 mortos em MG

Os romeiros que sairam de Minas Novas seguiam para o santuário de Aparecida (SP),

         Cinco pessoas morreram e pelo menos 32 ficaram feridas às 23h40 do dia 20/10/11,  após um ônibus da Viação Xavier Tur - que transportava romeiros e seguia para o santuário de Aparecida (SP), no Vale do Paraíba - bater lateralmente contra uma carreta biarticulada, carregada com carvão, parada no acostamento da BR-040, no quilômetro 500, em Esmeraldas (MG), na região central de Minas Gerais, a 40 quilômetros de Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus, com placas de Leme do Prado (MG), havia saído da cidade de Minas Novas, região do Vale do Jequitinhonha.  Parte da carga de carvão se espalhou na pista. As cinco vítimas que morreram nem chegaram a ser encaminhadas para os hospitais.
As demais, várias delas em estado grave, foram levadas para hospitais da região; algumas para o Hospital São Judas Tadeu, em Ribeirão das Neves. Bombeiros de Ribeirão das Neves e ambulâncias do SAMU realizaram o resgate dos feridos.

          A estudante Anna Luísa, de 10 anos, não consegue esquecer os últimos momentos com a Vó Teca, um dos cinco mortos na batida de um ônibus com romeiros numa carreta bitrem, no km 500 da BR-040, no distrito de Melo Viana, em Esmeraldas, na Grande BH, na noite de quinta-feira. Outros 31 passageiros ficaram feridos. Anna Luísa estava nas primeiras poltronas do ônibus com a avó, Maria Moreira da Rocha Alecrim, de 56, mas a mãe dela as chamou para sentar na parte de trás, onde estava com outro filho, de 13. A menina foi e a avó prometeu ir em seguida, mas morreu antes na parte mais destruída do ônibus. Anna, a mãe e o irmão tiveram ferimentos leves.

A caravana formada por três ônibus havia saído às 14h de Minas Novas, no Vale de Jequitinhonha, com destino a Aparecida do Norte (SP). Segundo Anna Luísa, todo ano a avó fazia a viagem. Desta vez, ela iria agradecer a Nossa Senhora Aparecida uma graça alcançada.

“Ela estava feliz, fez empadinha, torta e biscoito para a gente comer no caminho. A gente só ia voltar domingo”, disse a menina. O irmão dela, Luiz Gustavo, conta que a avó pretendia levar outros dois netos na viagem, mas a mãe das crianças não permitiu.

Momentos antes do acidente, os romeiros haviam parado numa lanchonete. Cleuti Camargos do Espírito Santo, de 76, estava em outro veículo e resolveu mudar para o ônibus acidentado. Ele sentou na poltrona que minutos antes era ocupado por Anna Luísa e ficou ferido. Outro que tinha acabado de trocar de lugar perdeu a vida: o motorista auxiliar do ônibus Antônio Ferreira da Costa, de 45. Ele havia passado a direção o colega e se sentou cabine, perto da porta. Também morreram os passageiros Leonídio Gomes Soares, de 47, Josina Pereira Carvalho, de 55, e Eva Lopes Mendes Ferreira, de 78.

Quando fala do acidente, a mãe de Anna Luísa, Geysa Maria Alecrim Rocha, de 32, se emociona. “Cochilava quando escutei o barulho. Achei que o ônibus estava caindo numa ribanceira. Era muito desespero, muita gritaria”, disse. Segundo ela, o motorista tentou desviar o ônibus de um caminhão e bateu na lateral da carreta parada no acostamento. “O ônibus saiu rasgando a lataria na carreta”, explicou.
Sobreviventes disseram que o socorro demorou um,a hora e meia para chegar. Geysa, desesperada, carregou para fora do ônibus a mãe, que ainda respirava. Desesperado, o neto Luiz Gustavo tentou com a irmã Anna Luísa pedir socorro na estrada, mas nenhum motorista parou. “Tinha muita gente gritando de dor. Uma mulher quebrou a perna e não conseguia enxergar porque perdeu os óculos”, contou Anna Luísa.

Com o filho João Lucas, Cândida Santos diz que coletivo ia rolar em ribanceira se não atingisse lateral de veículo em acostamento

Os feridos foram atendidos em várias unidades da região; oito deles no Hospital Municipal de Contagem. O casal Olinda, de 67, e Sebastião Gonçalves, de 66, informou que tem mais um motivo para continuar fazendo a romaria. “Se o motorista não tivesse tirado o ônibus fora, teria morrido todo mundo. Nossa Senhora Aparecida ajudou”, disse Sebastião.

O casal viajava com um filho, a nora e dois netos, de 3 e 16 anos. “A gente já faz essa viagem há seis anos, com a mesma empresa, e nunca houve nada. Se a carreta não tivesse segurado o ônibus, a gente ia rolar ribanceira abaixo”, disse a nora do casal, Cândida Alves Santos, de 36. O disco do tacógrafo registrou a velocidade do ônibus em 80km/h.
A empresa Xaviertur, de Leme do Prado, no Vale do Jequinhonha, informou que o ônibus estava regularizado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e apto a fazer o transporte de passageiros. A ANTT informou que vai acompanhar o inquérito da Polícia Civil para tomar conhecimento das causas do acidente.

O Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) informou que o ônibus estava apto a circular até abril de 2012. A Xaviertur informou que presta assistência às vítimas e que os dois motoristas escalados para a viagem se revezavam de duas em duas horas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que somente segunda-feira vai encaminhar o boletim de ocorrência para a Polícia Civil de Ribeirão das Neves, na Grande BH, para instauração de inquérito policial. (Com Guilherme Paranaiba).
Veja a reportagem e fotos da tragédia: blogdobanu.minas-novas-tragedia

fonte: Ultimo segundo, Estado de MInas Gerais, blogdoBanu