domingo, 15 de maio de 2011

FABULAS






ESOPO  
Fabulista grego, nascido pelo ano de 620 a. C. Ignora-se o lugar de seu nascimento; alguns dizem ter sido Samos ou Sardes, enquanto Aristófanes o supôs filho de Atenas. Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Frígia e trabalhava como escravo numa casa. há ainda alguns detalhes atribuídos à biografia de Esopo, cuja veracidade não se pode comprovar: seria corcunda e gago, protegido do rei Creso.

Dizem que as fábulas de um Esopo encantaram tanto o seu dono que este o libertou. Dizem que esse Esopo recebeu honrarias e foi recebido em palácios reais.
 







Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de sacrilégio, ou talvez porque os habitantes de Delfos estivessem irritados com suas zombarias, ou ainda porque suspeitassem de que Esopo teria a intenção de ficar com o dinheiro que Creso lhes tinha destinado.



 
Esopo não deixou nada escrito: as fábulas que lhe são atribuídas pela tradição foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, por volta de 325 a.C.
Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louça, em manuscritos e até em tecidos.

Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Levanta-se a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia. Seja lá como for, o realmente importante é a imortalidade da obra a ele atribuída.

 
O seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, é mostrar como nós, homens, podemos agir.
A intenção de Esopo, em suas fábulas, é mostrar como nós, homens, podemos agir.


As fábulas de Esopo, contadas e readaptadas por seus continuadores, como Fedro, La Fontaine e outros, tornaram-se parte de nossa linguagem diária. "Estão verdes", dizemos quando alguém quer alcançar coisas impossíveis - o que é a expressão que a raposa usou quando não conseguiu as uvas. . .

Esopo nunca escreveu suas histórias.
 Contava-as para o povo, que por sua vez se encarregou de repeti-las. Mais de duzentos anos depois da morte de Esopo é que as fábulas foram escritas, e se reuniram às de vários Esopos. Em outros países além da Grécia, em outras civilizações, em outras épocas, sempre se inventaram fábulas que permaneceram anônimas.


Quando dizemos, no Brasil: "Macaco velho não mete a mão em cumbuca!", estamos repetindo o ensinamento de uma fábula . Assim, podemos dizer que em toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência, de justiça, de sagacidade, trazida até nós pelos nossos Esopos.



 A GANSA DE OVOS DE OURO






 
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:




- Veja! Estamos ricos!

Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.

Na manhã seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço.





E assim aconteceu durante muitos dias.


Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria.



E pensou:
"Se esta gansa põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"





Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra.
"Quem tudo quer tudo perde".
Esopo







A Águia e a Gralha
Autor: Esopo[1]





Uma Águia, saindo do seu ninho no alto de um penhasco, num fulminante voo
rasante e certeiro, capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes e afiadas
 garras. 



Uma Gralha, que a tudo testemunhara, tomada de inveja, decidiu que poderia
 fazer a mesma coisa. 



Ela então voou para alto e tomou impulso. Então, com grande velocidade, atirou-se 
sobre uma Ovelha com a intenção de também carregá-la presa às suas garras. 


Ocorre que suas garras, pequenas e fracas, acabaram por ficar embaraçadas no
 espesso manto de lã do animal, e isso a impediu inclusive de soltar-se, embora
 o tentasse com todas as suas forças. 



O Pastor das ovelhas, vendo o que estava acontecendo, capturou-a. Feito isso, 
cortou suas penas, de modo que não pudesse mais voar. 



À noite a levou para casa e entregou como brinquedo para seus filhos.



Que pássaro engraçado é esse?", perguntou um deles. 



"Ele é uma Gralha meus filhos. Mas se você lhe perguntar, ele dirá que é uma
 Águia."




Moral da História:

Não devemos permitir que a ambição nos conduza para além dos nossos
 limites. 




A Águia e a Gralha - Questões
Autor: Esopo[1]


 

1.      Podemos considerar que a Águia e a Gralha são aves do mesmo porte?
2.      A Gralha foi bem sucedida ao tentar imitar a Águia? Na sua opinião, Por quê?
3.      O que fez o Pastor de Ovelhas ao encontrar a Gralha?
4.      Que tipo de sentimento humano quis o autor representar na fábula?
5.      Você seria capaz de descrever, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula?












A Formiga e a Pomba













Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e sem esperar, acabou sendo arrastada por uma forte correnteza, estando prestes a se afogar. 





Uma Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da mesma.

Então, subindo na folha a Formiga pode flutuar em segurança até a margem mais próxima. 

 
Eis que pouco tempo depois, um caçador de pássaros, escondido sob a densa folhagem da árvore, se prepara para capturar a Pomba.

Ele, cuidadosamente, coloca visgo no galho onde ela repousa, sem que a mesma perceba o perigo.




A Formiga, percebendo sua má intenção, imediatamente dá-lhe uma forte ferroada no pé. Tomado pelo susto, ele assim deixa cair sua armadilha de visgo, e isso dá chance para que a Pomba desperte e voe para longe, a salvo.


Moral da História:

Nenhum ato de boa vontade ou gentileza é coisa em vão.







A Formiga e a Pomba - Questões








1.      Você é capaz de identificar quais os tipos de sentimentos que o autor tenta representar na fábula?
2.      Por que a Pomba resolveu ajudar a Formiga? Como foi que ela ajudou?
3.      O que a Formiga fez para retribuir o favor recebido? O que aconteceu depois?
4.      Você saberia descrever o que o caçador tinha em mente? Você sabe o que é "Visgo"? É capaz de dar um exemplo?
5.      Você seria capaz de descrever, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula?


As Formigas e o Gafanhoto


Autor: Esopo[1]



Num brilhante dia de outono, uma família de formigas se apressava para aproveitar o calor do sol, colocando para secar, todos os grãos que haviam coletado durante o verão. Então um Gafanhoto faminto se aproximou delas, com um violino debaixo do braço, e humildemente veio pedir um pouco de comida.

As formigas perguntaram surpresas: "Como? Então você não estocou nada para passar o inverno? O que afinal de contas você esteve fazendo durante o último verão?"

E respondeu o Gafanhoto: "Não tive tempo para coletar e guardar nenhuma comida, eu estava tão ocupado fazendo e tocando minhas músicas, que sequer percebi que o verão chegava ao fim."


As Formigas encolheram seus ombros indiferentes, e disseram: "Fazendo música, todo tempo você esteve? Muito bem, agora é chegada a hora de você dançar!"
E dando às costas para o Gafanhoto continuaram a realizar o seu trabalho.


Moral da História:
Há sempre um tempo para o trabalho, e um tempo para a diversão.














As Formigas e o Gafanhoto - Questões
Autor: Esopo[1]




1.      Era o Gafanhoto um indivíduo que gostava de trabalhar e também de divertir-se?
2.      Por que motivo foi o Gafanhoto pedir comida para as Formigas?
3.      Você considera que a atitude das formigas em relação a ele foi incorreta ou correta? Por quê?
4.      Na vida real você conhece alguma história que seja semelhante a essa?
5.      Você seria capaz de descrever, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula?













Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes Uvas negras, e mais importante, maduras. 


Não pensou duas vezes, e depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher seu alimento. 




Ela então usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vão, e nada conseguiu. 


Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, deu de ombros, e se deu por vencida. 


Por fim deu meia volta e foi embora. Saiu consolando a si mesma, desapontada, dizendo: 


"Na verdade, olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio..." 




Moral da História: Ao não reconhecer e aceitar as próprias limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua infelicidade. 

 


          A LEBRE E A TARTARUGA

Um dia, uma Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. A Tartaruga sorriu e disse:"Pensa você ser rápida como o vento; Mas Eu a venceria numa corrida."

A Lebre claro, considerou sua afirmação algo impossível de acontecer, e aceitou o desafio na hora.

Convidaram então a Raposa, para servir de juiz, escolher o trajeto e o ponto de chegada.

E no dia marcado, do ponto inicial, partiram juntos. A Tartaruga, com seu passo lento, mas firme, determinada, concentrada, em momento algum, parou de caminhar rumo ao seu objetivo.
                                                                     
Mas a Lebre, confiante de sua velocidade, despreocupada com a corrida, deitou à margem da estrada para um rápido cochilo. Ao despertar, embora corresse o mais rápido que pudesse, não mais conseguiu alcançar a Tartaruga, que já cruzara a linha de chegada, e agora descansava tranquila num canto.


Moral da História: 
Ao trabalhador que realiza seu trabalho com zelo e persistência, sempre o êxito o espera.
 
                                    A LEBRE E CAO DE CAÇA      






Um Cão de caça, depois de obrigar uma Lebre a sair de sua toca, e depois de uma longa e exaustiva perseguição, de repente parou a caçada dando-se por vencido.

Um Pastor de Cabras, vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo:

Aquele pequeno animal é melhor corredor que você.

E o Cão de caça responde:

Não é capaz de ver o Senhor a diferença que existe entre nós? Eu estava correndo apenas para conseguir um jantar, mas ele, ao contrário, corria por sua Vida.
Moral da História: 
O motivo pelo qual realizamos uma tarefa, isso, é o que vai determinar sua qualidade final 


                                                                   


A PARTILHA DO LEÃO      
muito tempo atrás, o Leão, a Raposa, o Chacal, e o Lobo combinaram em caçar juntos, 
e de comum acordo, dividiriam entre eles tudo aquilo que conseguissem encontrar. 

Pouco tempo depois o Lobo capturou um cervo e, como haviam combinado, imediatamente
 convidou todos os seus companheiros para fazer a partilha. 


Mas, sem que ninguém o pedisse ou o elegesse para tal, o Leão logo tomou a frente 
e decidiu coordenar o banquete, e evidentemente, a divisão das partes. 



Em tom de comando, supostamente demonstrando total imparcialidade, começou a
 contar para os convidados. 



"Um", ele disse, enquanto para cada um dos presentes mostrava uma de suas garras, 
"que sou eu mesmo, o Leão. Dois, esta é para o Lobo; três, é para o Chacal, e
 finalmente a Raposa fica em quarto."

Então, cuidadosamente dividiu a presa em quatro partes iguais.

"Eu sou o Rei Leão," ele disse, quando terminou, "Assim, evidentemente, Eu tenho 
 direito a primeira parte. A outra também me pertence porque sou o mais forte,
 e a outra também porque sou o mais valente."

Ele agora olha fixamente para os outros com cara de poucos amigos. Então rosna
 exibindo as garras de forma ameaçadora, e diz: "Caso algum de vocês não 
concorde com a minha divisão, esta é a hora de se manifestar!"


Moral: O mais Poderoso faz as Leis.
 A RÃ E O RATO  



Um jovem Rato em busca de aventuras estava correndo ao longo da margem
 de uma lagoa onde vivia uma Rã. Quando a Rã viu o Rato, nadou até a margem
 e disse coachando: 


“Você não gostaria de me fazer uma visita? Prometo que, se quiser, não se arrependerá...”


O Rato aceitou a oferta na hora, já que estava ansioso para conhecer o mundo e

 tudo que havia nele. 


Entretanto, embora soubesse nadar um pouco, cauteloso, ele disse que não se 

arriscaria a entrar na lagoa sem alguma ajuda. 


A Rã teve uma ideia. Ela amarrou a perna do Rato à sua com uma robusta fibra

 de junco. Então, já dentro da lagoa, pulou levando junto com ela seu infeliz e 
 ingênuo companheiro. 


O Rato logo se deu por satisfeito e queria voltar para terra firme. Mas a traiçoeira Rã tinha outros planos. Ela deu um puxão no Rato, que preso à sua perna nada podia fazer, e mergulhou na água afogando-o.

No entanto, antes que ela pudesse soltar-se da fibra que a prendia ao Rato, um Falcão que sobrevoava a lagoa, ao ver o corpo do Rato flutuando na água, deu um vôo rasante, e com suas fortes garras o segurou levando-o para longe, ainda com a Rã presa e pendurada à sua perna.

Desse modo, com um só golpe, a Ave de rapina capturou a ambos, tendo assegurada uma porção de carne variada, animal e peixe, para o seu jantar daquele dia.

                                                       
Moral da História:
Aquele que procura prejudicar os outros, frequentemente, através de suas próprias artimanhas, acaba por prejudicar a si mesmo...



   O leão e o macaco 

  
     
 O leão, o rei dos animais, convocou todos os bichos a uma assembléia geral
 para tratar de assuntos graves. Acudiram (foram) estes ao convite, que considera
vam grande honraria. E o leão lhes disse: “Prestantes e estimadíssimos vassalos 
capachos, convidei-vos para que me tirásseis de uma dúvida cruel: há muito que 
quero saber se o meu bafo ou fede ou cheira; vou consultar-vos a cada um em 
particular”. Dito isso, tomou-os um por um, e os consultou. Aos que diziam que 
fedia, ele falava: “Insolente! tens o atrevimento de dizer que fede o bafo de teu
 rei ? !” tornava-lhes o leão, e logo os matava. “Adulador! pois tens cara de 
dizer-me a mim, que o meu bafo cheira, dizia aos que mentiam para lisonjeá-lo; 
não gosto de quem quer me enganar!” E os matava. Chegou a vez do macaco: 
Meu Rei, há de Vossa Majestade perdoar-me, disse o espertalhão; ando há 
quinze dias com um resfriado horrível; saí da cama há pouco e apresentei-me, 
só para não faltar à devida obediência; mas não estou em estado de perceber
 cheiro algum. E o Leão riu-se da malandragem e sutileza do macaco; e este foi 
salvo.
MORALIDADE: Para que ter pressa de dizer o que, não podendo trazer utilidade 
alguma, só traz comprometimento?


  A raposa 

e

 o

 macaco



Numa grande reunião, entre todos os animais, que fora organizada para eleger um novo líder, foi solicitado que o Macaco fizesse sua apresentação. Ele se saiu tão bem com suas cambalhotas, caretas e guinchos, que os animais ali presentes ficaram contagiados. E entusiasmados, daquele dia em diante, resolveram o eleger como seu novo rei.
 A Raposa, que não votara no Macaco, estava aborrecida com os demais animais, por terem eleito um líder, a seu ver, tão desqualificado. 
 Um dia, caminhando pela floresta, ela encontrou uma armadilha com um pedaço de carne. Correu até o Rei Macaco e lhe disse que encontrara um rico tesouro, que nele não tocara, porque por direito pertencia a sua majestade o Macaco. 
 O ganancioso Macaco, todo vaidoso e de olho na prenda, seguiu a Raposa até a armadilha. E tão logo viu o pedaço de carne preso a ela, estendeu o braço para pegá-lo, e acabou ficando preso. A Raposa, ao lado, deu uma gargalhada.
"Você pretende ser um Rei," ela disse, "mas é incapaz de cuidar de si mesmo!" 
Logo, passado aquele evento, uma nova eleição foi realizada entre os animais.
Moral da História:
"O verdadeiro líder é aquele capaz de provar para si mesmo suas qualidades." 



O macaco
 e a raposa 





 Uma raposa tinha um rabo tão comprido e peludo, o qual andava sempre caído, sem graça, arrastando e varrendo o chão. Um macaquinho, que tinha uma cauda tão pelada, andava sempre triste e abatido, disse:
—  Camarada raposa, você pode me ajudar. Dê-me o que sobra de sua cauda para suprir o que me falta; assim eu fico feliz com uma cauda bonita e você ficará mais elegante e mais leve.
— Prefiro ter a minha cauda assim mesmo pesada e arrastando, do que dar-lhe uma parte. Cada um com o que é seu, cada um por si, disse a raposa.
MORALIDADE: Há muitos que antes querem conservar coisas inúteis e até nocivas (materialismo – conhece alguém assim ?), só por serem suas, do que doá-las a alguém que, aproveitando-as, retribuir-lhes-ia com tesouros que nunca são excessivos, ou seja,  às bênçãos dos desvalidos.

   A Mulher e sua Galinha

     
Uma mulher possuía uma galinha, que todos os dias, sem falta, botava um ovo. 


Ela então pensava consigo mesma, como poderia fazer para obter, ao invés de um,
 dois ovos por dia. 


Assim, disposta a atingir seu objetivo, decidiu alimentar a galinha com uma porção
 de ração em dobro. 


A partir daquele dia, a galinha tornou-se gorda e preguiçosa, e nunca mais botou 
nenhum ovo.




Moral da História: 

O Ganancioso, cedo ou tarde, acaba por se tornar vítima de sua própria ambição.  


A Mulher com o Balde de Leite
Uma jovem Leiteira, que acabara de coletar o leite das vacas, voltava do campo com 
um balde cheio balançando graciosamente à sua cabeça. 


E Enquanto caminhava, feliz da vida, dentro de sua cabeça, os pensamentos não paravam 
de chegar. E consigo mesma, alheia a tudo, planejava as atividades e os eventos que 
imaginava para os dias vindouros. 


"Este bom e rico leite," ela pensava, "me dará um formidável creme para manteiga. 
A manteiga eu levarei ao mercado, e com o dinheiro comprarei uma porção de ovos
 para chocar. E Como serão graciosos todos os pintinhos ao nascerem. Até já posso
 vê-los correndo e ciscando pelo quintal. Quando o dia primeiro de maio chegar, 
 eu venderei a todos e com o dinheiro comprarei um adorável e belo vestido novo.
 Com ele, quando for ao mercado, decerto serei o centro das atenções. Todos os
 rapazes olharão para mim. Eles então virão e tentarão flertar comigo, mas eu
 imediatamente mandarei todos cuidarem de suas vidas!"


Enquanto ela pensava em como seria sua nova vida a partir daqueles 

desejados acontecimentos, desdenhosamente jogou para trás a cabeça, e 
sem querer deixou cair no chão o balde com o leite. E todo leite foi derramado e 
absorvido pela terra, e com ele, se desfez a manteiga, e os ovos, e os pintinhos,

 e o vestido novo, e todo seu orgulho de leiteira. 

Moral da História:
Não conte seus pintos, quando sequer saíram das cascas. 


O Cachorro, o Galo e a Raposa 


Um Cachorro e um Galo que viajavam juntos, resolveram se abrigar da noite, em uma árvore. 
O Galo se acomodou num galho no alto, enquanto o cão deitou-se num oco, na base do tronco da mesma. 
Quando amanheceu, o Galo, como de costume, cantou ao despertar.
xxxx
Uma Raposa, que procurava comida ali perto, ao escutar o canto, se aproximou da árvore, e foi logo 
dizendo o quanto lhe agradaria conhecer de perto, o dono de tão extraordinária voz.
xxxx
"Se você me permitir", ela disse, "Ficarei muito grato de passar o dia em sua companhia, apreciando
 sua voz."
xxxx
O Galo então disse: "Senhor, por favor, dê a volta na árvore, e peça para meu porteiro lhe abrir 
a porta, 
pois eu o receberei de bom grado."
xxxx
Quando a Raposa se aproximou da árvore, o Cachorro a atacou afugentando-a para longe.

Autor: Esopo

Moral da História:
Quem age de má fé, cedo ou tarde acaba por cair na própria armadilha




O galo e a raposa

Esopo


O galo cacarejava em cima de uma árvore. Vendo-o ali, a raposa tratou de 
bolar uma estratégia para que ele descesse e fosse o prato principal de seu 
almoço. 

— Você já ficou sabendo da grande novidade, galo? — perguntou a raposa. 

— Não. Que novidade é essa? 

— Acaba de ser assinada uma proclamação de paz entre todos os
 bichos da terra,
 da água e do ar. De hoje em diante, ninguém persegue mais 
ninguém. No reino 
animal haverá apenas paz, harmonia e amor. 

— Isso parece inacreditável! — comentou o galo. 

— Vamos, desça da árvore que eu lhe darei mais detalhes sobre 
o assunto
 — disse a raposa. 

O galo, que de bobo não tinha nada, desconfiou que tudo não 
passava de um 
estratagema da raposa. Então, fingiu estar vendo alguém 
se aproximando. 

— Quem vem lá? Quem vem lá? — perguntou a raposa curiosa. 

— Uma matilha de cães de caça — respondeu o galo. 

— Bem...nesse caso é melhor eu me apressar — desculpou-se 
a raposa.

— O que é isso, raposa? Você está com medo? Se a tal proclamação
 está mesmo em 
vigor, não há nada a temer. Os cães de caça não vão atacá-la como costumavam fazer. 

— Talvez eles ainda não saibam da proclamação. Adeusinho! 

E lá se foi a raposa, com toda a pressa, em busca de uma outra presa 
para o seu almoço.

Moral: é preciso ter cuidado com amizades repentinas.


A CIGARRA E A FORMIGA


Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.

Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! 

Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga


A MULA

Uma mula, sempre folgada, pelo fato de não trabalhar e ainda assim receber uma 
generosa quantidade de milho como ração, vivia orgulhosa dentro do curral. Era pura 
vaidade, e comportava-se como se fosse o mais importante animal do grupo. E confiante, 
falava  consigo mesma: 

Meu pai certamente foi um grande e Belo Raça Pura. Sinto-me orgulhosa por ter herdado
 toda sua graciosidade, resistência, espírito e beleza.

Pouco tempo depois, ao ser levada à uma longa jornada, como simples animal de carga,
 cansada de tanto caminhar, exclama desconsolada:

Talvez tenha cometido um erro de avaliação. Meu pai, pode Ter sido apenas um simples 
Burro de carga.


Moral da História: 
Ao desejar ser aquilo que não somos, estamos plantando dentro de nós a semente
 da frustração


A Raposa e o Porco Espinho




Uma Raposa, que precisava atravessar a nado um rio não muito caudaloso, acabou surpreendida por uma forte e inesperada enchente.

Depois de muita luta, teve forças apenas para alcançar a margem oposta, onde caiu quase sem fôlego e exausta.

Mesmo assim, estava feliz por ter vencido aquela forte correnteza, da qual chegou a imaginar que jamais sairia com vida.

Pouco tempo depois, veio um enxame de moscas sugadoras de sangue e pousaram sobre ela. Mas, ainda fraca para fugir delas, permaneceu quieta, repousando, em seu canto.

Então veio um Porco Espinho, que vendo todo aquele seu drama, gentilmente se dispôs a ajudá-la e disse:

"Deixe-me espantar estas moscas para longe de você!"

E exclamou a Raposa quase sussurrando:

"Não! Por favor não perturbe elas. Elas já pegaram tudo aquilo de que 
precisavam. 
Se você as espanta, logo outro enxame faminto virá e irão tomar o pouco
 sangue que ainda me resta!" 


Moral: Pode ocorrer que, algumas vezes, o remédio para a cura de um mal
 é pior que o mal em si mesmo. 

A Serpente e a Lima


Uma serpente, ao entrar no local de trabalho de um ferreiro, procurou ali em
 meio às
 ferramentas, alguma coisa capaz de matar sua fome.
xxxx
Ela dirigiu-se então à uma Lima (ferramenta usada para polir ou desbastar metais ou
 objetos duros ), e perguntou-lhe gentilmente se esta não lhe poderia dar comida.
xxxx
A lima respondeu: "Você deve ser muito boba minha amiga, se espera obter de mim alguma 
coisa, logo eu, que sou acostumada a sempre tirar dos outros, e nunca lhes devolver nada."
xxxx
Autor: Esopo

Moral da História: Os avarentos são péssimos doadores.

As Árvores e o Machado


Um homem foi à floresta e pediu às árvores, para que estas lhe doassem um cabo para 
o seu 
machado novo. O conselho das árvores então concorda com o seu pedido, e lhe ofertam uma
 jovem 
árvore para este fim.

E logo que o homem coloca o novo cabo no machado, começa furiosamente a usá-lo, e em pouco tempo
, já havia derrubado com seus potentes golpes, as maiores e mais nobres árvores daquele bosque.

Um velho Carvalho, observando a destruição à sua volta, comenta desolado com um Cedro seu vizinho:

O primeiro passo significou a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os direitos
 daquela jovem árvore, também teríamos preservado os nossos, e poderíamos ficar de 
pé, ainda por muitos anos. 
Autor: Esopo

Moral da História: 
Quem menospreza seu semelhante, não deve se surpreender se um dia, outros fizerem o mesmo consigo.

Os Dois Viajantes e o Urso



Dois homens viajavam juntos através de uma densa floresta, quando, de repente,
 sem que nenhum deles esperasse, um enorme urso surgiu do meio da vegetação,
 à frente deles. 

Um dos viajantes, de olho em sua própria segurança, não pensou duas vezes,
 correu e subiu numa árvore. 

Ao outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, restou deitar-se no
 chão e permanecer imóvel, fingindo-se de morto. Ele já escutara que um Urso,
 e outros animais, não tocam em corpos de mortos.

Isso pareceu ser verdadeiro, pois o Urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça
de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele
estava de fato morto, foi embora tranquilamente. 

O homem que estava em cima árvore então desceu. Curioso com a cena que viu
 lá de cima, ele perguntou: 

"Me pareceu que o Urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido.
 Ele lhe disse algo?" 

"Ele disse sim!" respondeu o outro, "Disse que não é nada sábio e sensato
 de minha parte, andar na companhia de um amigo, que no primeiro
 momento de aflição me
deixa na mão!". 


Moral da História: 
"A crise é o melhor momento para nos revelar quem são os verdadeiros amigos."
 

O Pastor e o Leão






Certo dia, ao contar suas Ovelhas, um Pastor chegou à conclusão que algumas estavam
 faltando. 
Muito bravo, aos gritos, cheio de presunção e arrogância, disse que gostaria de pegar o 
responsável por aquilo e puni-lo, com suas próprias mãos, da forma merecida. 

Suspeitava de um Lobo que vira afastar-se em direção a uma região rochosa entre as colinas,
 onde existiam cavernas infestadas deles. 

Mas, antes de ir até lá, fez uma promessa aos deuses, dizendo que lhes daria em sacrifício, 
a mais gorda e bela das suas Ovelhas, se estes lhes ajudassem a encontrar o ladrão.

Após procurar em vão, sem encontrar, nenhum Lobo, quando passava diante de uma grande 
caverna ao pé da montanha, um enorme Leão, saindo de dentro, põe-se à sua frente,
 carregando na boca uma de suas Ovelhas. Cheio de pavor o Pastor cai de joelhos e 
suplica aos deuses: 

"Piedade, bondosos deuses, os homens não sabem o que falam! Para encontrar o ladrão
 ofereci em sacrifício a mais gorda das minhas ovelhas. Agora, prometo-lhe o maior
 e mais belo Touro, desde que faça com que o ladrão vá embora para longe de mim!" 

Conclusão: Quando encontramos aquilo que procuramos, logo tende a cessar nosso interesse inicial. 


Moral da História: 

Se os benefícios de uma coisa não nos são garantidos, devemos pensar duas vezes antes de desejá-la. 




O INSETO E O LEÃO 
  
figura


Um inseto se aproximou de um Leão e disse sussurrando em seu ouvido:
 "Não tenho nenhum medo de você, nem acho você mais forte que eu. 
Se você duvida disso, eu o desafio para uma luta, e assim, veremos quem
 será o vencedor."
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E voando rapidamente sobre o Leão, deu-lhe uma ferroada no nariz. O Leão, tentando

 pegá-lo com as garras, apenas atingia a si mesmo, ficando assim bastante ferido.
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Desse modo o Inseto venceu o Leão, e entoando o mais alto que podia uma canção

 que simbolizava sua vitória sobre o Rei dos animais, foi embora relatar seu feito para 
o mundo. Mas, na ânsia de voar para longe e rapidamente espalhar a notícia,
 acabou preso numa teia de aranha.
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Então se lamentou Dizendo: "Ai de mim, eu que sou capaz de vencer a maior das feras,

 fui vencido por uma simples Aranha."
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Autor: Esopo


Moral da História: 
O menor dos nossos inimigos é frequentemente o mais perigoso.